domingo, 14 de fevereiro de 2010

DERMATOMICOSES - (TINEA PEDIS OU TINHA DOS PÉS)















A dermatomicose compreende as infecções da pele e dos anexos cutâneos causadas por fungos parasitários. Segundo a classificação das micoses, em função de sua capacidade de invasão ou colonização, a dermatomicoses está englobada como micoses superficiais.

Costuma-se utilizar o termo “tinea” ou “tinha” para definir a estas infecções, seguido de outra palavra que descreva a localização da infecção. No pé, a “tinea pedis”, “tinha dos pés”, “pé-de-atleta” (fieira), é uma infecção fúngica causada por fungos dermatofíticos.

EPIDEMIOLOGIA

A infecção no pé, é normalmente causada por fungos dermatófitos que são:

ESPÉCIES:

Trichofhyton: rubrum e mentagrofhytes
Microsporum: canis e gysseum
Epidermofhyton: flocosum

Os dermatófitos são fungos que se desenvolvem somente nos tecidos queratinizados por células mortas que contém queratina, já que nos tecidos vivos são destruídos pelo sistema imunológico.

FATORES PREDISPONENTES

ENDÓGENOS
Enfermidades vasculares
Diabetes
Imunopatias
EXÓGENOS
Má transpiração e calor, umidade
Hiperidrose
Hábito de andar descalços em lugares públicos
Traumatismos repetidos
Calçados/meias inadequados
Uso coletivo de toalhas
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Eritema, descamação, maceração, formação de bolhas ou vesículas, aparecimento de fissuras ou fendas, prurido mais ou menos intenso, dor, mal cheiro.

A Tinha pedis se apresenta normalmente de 3 formas que podem coexistir simultaneamente, inclusive infectar-se por bactérias.

1 - A tinha pedis interdigital é o padrão mais freqüente, ainda que as vezes possa passar despercebido . Se caracteriza pela presença de lesões descamativas de intensidade ariável, localizadas no 3º e 4º espaços intedigital.

2. A tinha pedis hiperqueratósica ou tinha em mocassin – Clinicamente se caracteriza pelo aparecimento de áreas da pele rosácea coberta de finas escamas de cor esbranquiçada ou prateada sem aparecimento de vesículas ou pústulas. Normalmente é assintomática. Ocasionalmente se manifesta descamação e prurido de intensidade variável nas bordas laterais, onde por confluência de pequenas zonas arroxeadas e com escamas se formam extensas placas com vesículas e um colar escamoso com formato de um mocassin ou sandália nas laterais do pé. O agente etiológico causador, costuma ser o T . rubrum , embora também possa ser isolado o T. mentagrofhytes var. interdigitale e E. flocosum.

3) A Tinha pedis vesículo-bolhosa – Evolução subaguda; costuma afetar de forma unilateral os pés, aparecendo lesões no arco interno, superfície lateral e polpa dos dedos. Clinicamente se evidenciam placas roxas, eritematosas com prurido, sensação de queimação, pequenas vesículas ou bolhas, contendo em princípio um líquido claro, seroso e depois purulento. Normalmente é causada por T . mentagrofhytes. É possível observar reações inflamatórias de uma infecção de qualquer localização, na fase inicial do tratamento antifúngico, especialmente se é de larga evolução.

DIAGNÓSTICO - O diagnóstico provável, deverá ser confirmado através de exame laboratorial
MEDIDAS PROFILÁTICAS: As medidas profiláticas apontam a controlar ou modificar os fatores ambientais de calor, umidade e maceração. Deve-se instruir aos pacientes para lavar todos os dias com água e sabão neutro os pés, secar bem entre os dedos como medida primeira, para eliminar os detritos hiperqueratósicos. Usar antitranspirantes locais, usar tecidos naturais (meias de algodão), trocar periodicamente os sapatos, não usar sapatos e meias de outras pessoas, usar sapatilhas de banho quando for usar vestuário ou duchas públicas, evitar o uso de toalhas de outras pessoas, facilitar medidas preventivas em pacientes diabéticos, com vasculopatias, pessoas que freqüentam instalações desportivas, pessoas que caminham descalços. Uma boa medida é trocar a meia uma ou 2 vezes por dia e alternar o uso de sapatos. Não se deve usar meias de nylon e sapatos apertados. Este, tem especial importância em pacientes diabéticos e pacientes com insuficiência arterial.